Matéria água
Data: março 2007
Reportagem: Ferdinanda Maia
Cinegrafista: Edmilson / Osiel
Auxiliar: Ravy / Joelson
Cabeça: Durante esta semana o mundo inteiro se mobiliza diante da “semana mundial da água”, que este ano traz o tema “Lidando com a escassez de água”. Criada em 1992, durante a Eco Rio 92, a semana procura estimular a reflexão sobre a situação dos recursos hídricos, conscientizar a população e buscar soluções eficientes para conter a devastação ambiental. E neste contexto é que o Interior.com foi conhecer os principais recursos hídricos de Campos, qual o estado deles e o que é preciso ser feito para salva-los.
OFF 1: Saber cuidar e usufruir da água é responsabilidade de todos nós. As previsões em torno deste recurso são catastróficas. Até o ano de 2027, cerca de 1,8 bilhão de pessoas em todo o mundo podem sofrer com a escassez de água. (imagens em DVD + arte) E a agricultura é uma das principais causas deste desperdício. A irrigação das lavouras consome 70% da água doce do mundo. No Brasil essa média cai para 56%, mas ainda é muito alta. Para se ter uma idéia, para irrigar uma tonelada de grão é necessário utilizar 1000 metros cúbicos de água, o que equivale a 1000 caixas d´água de 1000 litros. Um quilo de carne consome, em todo o processo, 18 mil litros de água. O desafio é tentar otimizar o uso da água de maneira sustentável evitando o desperdício, afinal, é preciso produzir. (imagens de arquivo + arte)
(sobe som)
Em Campos os principais consumidores de água são as usinas de açúcar e as lavouras de cana. São cerca de 10 mil produtores em toda a cidade. A irrigação dessas áreas funciona como um SOS nos períodos de seca. Por ser uma operação cara, apenas 10% da área plantada tem infra-estrutura para irrigação. Já se estuda um aumento dessa demanda e, segundo o presidente da Asflucan, Eduardo Crespo, há uma preocupação com o manejo correto da água.
Sonora: Eduardo Crespo – presidente da Asflucan – 0:47:06:10 “a irrigação está atrelada às necessidades... usinas demandam para lavagem... ecologicamente correto” + 0:46:20:03 “uma política correta do uso da água gera renda... porque a infra-estrutura permite... infiltra no solo e por ali tem vida”
OFF 2: Atrás da agricultura está o consumo urbano, utilizando 27% da água doce. Cada pessoa consome, em média, 200 litros de água por dia. E os desperdícios estão em toda parte. Falta conscientização. È possível fazer as mesmas atividades como lavar uma calçada, por exemplo, usando a água de forma mais inteligente.
Sonora: Vicente de Paulo – ambientalista (0:33:02:24 “começa dentro de casa, evitando desperdícios... máquina de lavar” + 0:34:04:16 “ a gente observa que no dia-a-dia... preocupação política... distante do ideal... população mais comprometida”.
OFF 3: As cidades receberam milhões de novos moradores. A taxa de urbanização pulou de 35% em 1940 para 84,3% em 2005. É este crescimento desordenado que aumenta a poluição da água e, ao mesmo tempo, agrava os problemas como inundações. O homem invade o meio ambiente ocupando margens de lagoas e rios. Uma das maiores lagoas de água doce do país, a lagoa feia, está na nossa região. Ela, que já foi considerada a maior lagoa do Brasil, teve seu tamanho reduzido de 370 para 167 quilômetros quadrados. Casas, pastos e plantações invadiram suas margens. Ocuparam também as margens do Rio Paraíba do Sul. São cerca de 1000 famílias ribeirinhas em moradias irregulares, que ameaçam a qualidade das águas com despejo de lixo e esgoto sem tratamento. (imagens de arquivo + da fita + arte)
Sonora: Vicente de Paulo – ambientalista (0:33:36:15 “quando você joga lixo... comprometendo a qualidade dos recursos hídricos... onde o lixo vai chegar”
OFF 4: As águas do Rio Paraíba do Sul recebem, por dia, um bilhão de litros de esgoto. São essas mesmas águas que abastecem toda a cidade, uma captação de mil litros de água por segundo, vinte e quatro horas por dia. (arte) Por enquanto água não falta, mas nas margens do Paraíba já não há matas, bancos de areia mostram o assoreamento e fábricas despejam a todo momento resíduos químicos. De costas para o Paraíba, a cidade parece não se importar com a morte lenta do rio. Quem precisa dele para sobreviver é que sente os reflexos. Há 10 anos os pescadores tiravam do rio cerca de 100 quilos de peixe por dia, hoje só conseguem 30 quilos.
Sonora: Helvio Monteiro Vasconcelos – pescador – (0:38:14:29 “eu pesco porque eu preciso, mas esse rio não ta legal” + 0:35:50:08 “na época que comecei a pescar não tinha tanta poluição, agora ta demais”.
Sonora: Leandro Vieira da Rocha – pescador – 0:31:58:05 “daqui a alguns anos não vai ter rio... sobreviver da pesca”.
OFF 5: Mesmo morrendo o Paraíba ainda tem forças para proporcionar um espetáculo de harmonia. Dimisson Nogueira coordena o projeto Rema Campos e busca mostrar, através do esporte, como é possível desfrutar do rio sem agredi-lo. É nas aulas de remo que ele ensina as crianças o valor do Paraíba.
Sonora: Dimisson Nogueira – coordenado do projeto Rema Campos (0:19:13:22 “nós trabalhamos com os alunos... preservar o rio” + 0:18:44:17 “é muito lindo ter um rio cortando nossa cidade... nós vamos perde-lo”.
OFF 6: Para não perdermos nossos rios e para que não falte água no futuro é preciso melhorar a gestão dos recursos hídricos, o saneamento básico da população e implementar projetos. Ainda há muito o que avançar, mas algumas idéias já começam a ganhar vida. A 28 quilômetros de Campos a Lagoa de Cima é objeto de estudo da Universidade Estadual do Norte Fluminense. O livro “Diagnóstico Ambiental da Lagoa de Cima” será lançado em breve. Ele traz uma análise da atual situação da lagoa e é o primeiro passo para a preservação do local.
Sonora: Alex Mazurec – coordenador técnico do diagnóstico – (0:27:04:14 “precisa desse 1º exame para ver como está... o que preservar, vitalizar e melhorar... de maneira sustentável”.
OFF 7: A Lagoa de Cima foi elevada a área de proteção ambiental desde 1992, mas na prática o que se vê é destruição. Nas margens existem apenas 18% de mata ciliar, o restante foi devastado por pastos, plantações de cana e uma enorme ocupação humana nas últimas três décadas. As casas são construídas quase que dentro da lagoa, não respeitando o limite de preservação.
Sonora: Alexa Mazurec - (0:28:31:03 – “historicamente ela vem sendo usada... não é a de preservação ambiental... beleza cênica”.
OFF 8: Quinze quilômetros quadrados de uma beleza incontestável. O estudo mostra que a lagoa deve ser usada como área de turismo, gerando renda para a população, mas para isso é preciso atribuir esses interesses com a necessidade de preservar.
Sonora: Alex Mazurec – coordenador técnico do diagnóstico (0:30:26:19 “a conscientização vem de eu perceber que não posso desfrutar... para que meu filho no futuro.. que encontro hoje” + 0:31:24:05 “falta vontade política para coibir essas ações e consciência das pessoas para entender que não dá pra viver como se vivia no passado”.
sábado, 27 de setembro de 2008
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Um comentário:
Oiii Ferdinanda!!
Essa reportagem sobre Água no Planeta é uma de inhas preferidas. Tão bom se as pessoas se conscientizassem do quanto a água é importante pra nossas vidas e o quanto devemos cuidar para que ela não se acabe não é mesmo?
Seu Blogger tá Showww. Adorei!! Parabén! Beijão e fique com Deus
Patrícia Nani®
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