Sou apaixonada por fazer matérias em prédios históricos, ricos em informações e curiosidades. Com isso, virei fã de carteirinha do município de Quissamã, que respira e transpira cultura e preservação.
O Solar da Mandiquera é um exemplo do cuidado que o poder público tem em preservar o patrimônio da cidade. Mas é só um dos exemplos, existem vários.
"O Solar da Mandiquera, em Quissamã, chama a atenção não só pelo luxo e beleza, mas também pelas histórias que guarda em cada pintura, cada canto desta casa de 26 cômodos e 42 janelas."
O casarão que foi cenário para de dois filmes - Tanga e O coronel e o Lobisomem - está em estado precário, mas desde o início do ano começou a receber uma reforma e também será restaurado. Um processo que vai levar cerca de 5 anos. São muitos os detalhes.
"A casa de Mandiquera foi construída no século XIX, de 1871 a 1875 e é considerada a construção rural mais luxuosa da época revelando toda a imponência do Brasil Imperial. Pertencia a Bento Carneiro da Silva, filho do Visconde de Araruama, o homem mais poderoso dos engenhos de cana de açúcar."
Peças antigas estão sendo recuperadas e cada canto da casa revela os costumes e a cultura de uma época. Uma das coisas que mais me impressionou no Solar foram as pinturas na parede. Perfeitas, lindas, intocáveis pelo tempo, algumas ainda com riscos de lápis.
"O solar da Mandiquera foi construído com uma arquitetura baseada no Petit Trianon, em Paris. Todo o material utilizado, principalmente de decoração, tem origem estrangeira."
"O solar da Mandiquera foi construído com uma arquitetura baseada no Petit Trianon, em Paris. Todo o material utilizado, principalmente de decoração, tem origem estrangeira."
Parece meio neurótico, mas´dentro do casarão é possível sentir o cheiro, o clima e imaginar - numa espécie de viagem mesmo - tudo o que acontecia naqueles corredores, nas salas, nos porões...
"Agora a gente vai entrar no porão de serviço, que tem ligação direta com a cozinha. Acredita-se que neste compartimento aqui era onde ficavam os mantimentos da casa e, neste outro, onde os escravos comiam e descansavam.”
Tomar banho, ir ao banheiro, tudo era feito no porão e isso inclui a rotina dos nobres. É no porão também que ficava um sistema de drenagem.
"É impressionante! O sistema de drenagem mostra as habilidades de um século em que nem se pensava em tecnologia. A banheira e o mictório também estão lá, intactos. Aos poucos a história da Mandiquera vai sendo remontada como um quebra-cabeça revelando histórias, modos de vida e uma riqueza de valor inestimável."
Foi uma matéria especial. Com belíssimas imagens de Edmilson Manhães e uma edição impecável de Paulo Marques.
Um comentário:
Esse casarão foi também cenário de um filme do falecido Henfil que não chegou a ser distribuído.O título do filme é "Deu no New York Times".
Abraços!
Postar um comentário